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domingo, 3 de outubro de 2010

29ª Bienal de Arte de São Paulo


A Bienal de Arte de São Paulo chega a sua 29ª edição esse ano com o título “Há sempre um copo de mar para um homem navegar” – verso do poeta Jorge de Lima, de sua obra maior, Invenção de Orfeu (1952). O mote sintetiza o objetivo desse próximo evento: “afirmar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma, e não no que está fora ou além dela” como cita o próprio material da exposição.A Bienal apresenta produções artísticas nacionais e estrangeiras e é o principal evento da Fundação Bienal de São Paulo, uma das instituições de promoção de arte contemporânea mais reconhecidas mundialmente.Arte e políticaO tema dessa edição está ancorado na ideia de que é impossível separar arte e política, pois a arte possui um olhar crítico que possibilita a reflexão. Toda a organização da Bienal contará com obras de cunho político, que provocam certa mudança no comportamento humano. “Não é papel da arte fazer revolução, essa função é da história. A arte muda na subjetividade, na cabeça de cada um”, disse Débora. A bienal será dividida em seis espaços de convívio e reflexão chamados de “terreiros” - termo popular brasileiro que representa “local de encontro” – que irão expor diversas obras temáticas. Confira:“A pele do invisível”: o primeiro terreiro apresentará, em geral, fotografias, abordando aquilo que permanece invisível aos nossos olhos durante o dia-a-dia. Obras de artistas como Alice Miceli, Marcelo Silveira e Miguel Rio Branco estarão nesse espaço.“O outro, o mesmo”: esse espaço questiona “quando você enxerga algo do outro em você?”, retratando o processo de identidade, como na obra “cicatrizes do conflito”, de Sophie Ristelhueber.“Longe daqui, aqui mesmo”: nesse terreiro serão abordadas situações utópicas, que não podem ser concretizadas, mostrando como a arte pode mudar a vida. A obra de Sandra Gamarra, retratando fotos dentro de um museu, é um exemplo. A artista peruana só teve contato com a arte por meio de livros e revistas quando criança.“Dito, não dito, interdito”: terá obras que revelam certo inconformismo, como “Inserções em Circuitos Ideológicos”, de Cildo Meireles. O artista inseria frases de protesto em garrafas de coca-cola e as devolvia para circulação no mercado.“Lembrança e esquecimento”: questiona “do que é feita a memória?”, como as fotos de Deimantas Narkevicius, que mostram a retirada da estátua de Lênin, logo após a queda do muro de Berlim, na Alemanha.“Eu sou a rua”: tem como questionamento “como começar uma cidade?”, com obras de artistas como Flávio de Carvalho e Jeremy Deller.


A mostra vai até 12 dezembro


Horários:- De segunda a quarta, das 9h às 19h;- quinta e sexta, das 9h às 22h;- sábado e domingo, das 9h às 19h


Local: Bienal de São Paulo - Parque Ibirapuera - Portão 3 - Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Entrada gratuitaInformações: 11. 5576-7600


Fonte: Sinpro